- Dentro dessa impessoalidade desalentadora existem bolsões, claro, como bem tentamos demonstrar aqui nestes textos modestos. Mas o que importa na análise é o processo histórico em si, o sistema como um todo. É isso que deve ser questionado. Quando lemos em pesquisas o triste fato de que muitos professores adoecem graças aos estresses de sua profissão, faz-se necessário questionar esse sistema no qual estamos inseridos. É preciso ir além das experiências individuais. Não se pode tomar casos de exceção como refutação à "regra" bem observada.
- Seria Mauss um romântico? A questão deve ser bem explicitada e refletida. Mauss buscava soluções concretas para uma problemática observada nas sociedades a ele contemporâneas. A solução, obviamente, está impregnada de seus ideais políticos, quais sejam, socialistas. Mas será que propor soluções denotaria romantismo? Não seríamos então todos aqueles que não são "neutros", românticos? O francês demonstra, sim, que sem dádiva não há sentido de viver, não há funcionamento social. Deve-se haver o estabelecimento de vínculo de almas, ou então o "fim" seria triste, quando não próximo. Logo, ele sonhava sim em relação à transformação da realidade, isso é fato. Entretanto, ele demonstra um caminho possível. Concorde com ele ou não, isso é livre, porém não há como negar sua pesquisa valiosa. O autor busca exemplos para validar sua teoria, que não é fechada, por sinal. Sem contar que o próprio afirma que nas diversas sociedades coexistem número variado de lógicas diferentes. A grande questão é: qual delas predomina?
Referências Bibliográficas
MAUSS, Marcel. "Ensaio sobre a dádiva. Forma e razão da troca nas sociedades arcaicas."
MAUSS, Marcel. "Ensaio sobre a dádiva. Forma e razão da troca nas sociedades arcaicas."
In: Sociologia e Antropologia. São Paulo: EPU/EDUSP. 1974.
Douglas Coutinho - Cook Multimídia
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